terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Abelha Chocolateira

A abelha chocolateira

  Era uma vez uma abelha que não sabia fazer mel.
-- Mas você é uma operária! -- gritava a rainha --
 Tem que aprender.
  Na colméia havia umas 50 mil abelhas e Anita era a única com esse
problema. Ela se esforçava muito, muito mesmo. Mas nada
de mel...
  Todos os dias, bem cedinho, saía atrás das flores de laranjeira, que
ficavam nas árvores espalhadas pelo pomar. Com sua
língua comprida, ela lambia as
flores e levava seu néctar na boca. O corpinho miúdo ficava cheio de pólen,
que ela carregava e largava, de flor em flor,
de árvore em árvore.
  Anita fazia tudo direitinho. Chegava à colméia carregada de néctar para
produzir o mais gostoso e esperado mel e nada!
  Mas um dia ela chegou em casa e
de sua língua saiu algo muito escuro.
  -- Que mel mais espesso e marrom... -- gritaram suas colegas operárias.
  -- Lac, que nojo! -- esbravejaram os zangões.
  Todo mundo sabe que os zangões se zangam à toa, mas aquela história estava
ficando feia demais. Em vez de mel, Anita estava
produzindo algo doce, mas muito
estranho.
  -- Ela deve ser expulsa da colméia! -- gritavam os zangões.
  -- É horrorosa, um desgosto para a raça! -- diziam outros ainda.
  Todas as abelhas começaram a zumbir e a zombar da pobre Anita. A única que
ficou ao lado dela foi Beatriz, uma abelha
mais
velha e sábia.
  Um belo dia, um menino viu aquele mel escuro e grosso sobre as plantas
próximas da colméia, que Anita tinha rejeitado
de
vergonha. Passou o dedo, experimentou
e, surpreso, disse:
  -- Que delícia. Esse é o mais saboroso chocolate que eu já provei na vida!
  -- Chocolate? Alguém disse chocolate? -- indagou a rainha. Que sabia que o
chocolate vinha de uma fruta, o cacau, e não
de uma abelha.
  Era mesmo um tipo de chocolate diferente, original, animal, feito pela
abelha Anita, ora essa, por que não...
  Nesse momento, Anita, que ouvia tudo, esboçou um tímido sorriso. Beatriz,
que também estava ali, deu-lhe uma piscadela,
indicando que tinha tido uma idéia brilhante.
  No dia seguinte, lá se foram Anita e Beatriz iniciar uma parceria
incrível: fundaram uma fábrica de pão de mel, juntando
o talento das duas para produzir uma deliciosa combinação de mel com chocolate.
    Moral da história:
  as diferenças e riquezas pessoais, que existem em cada um de nós, são
singulares e devem ser respeitadas. Fábula de Kátia Canton.

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